domingo, 5 de maio de 2013

Situação de aprendizagem

 Meu Primeiro Beijo- Antônio Barreto
Público- Alvo – EJA ou 6º ou 7º ano (regular)
Objetivos: possibilitar ao educando:
ü desenvolver habilidades de leitura  e escrita,  por meio textos narrativos;
ü incentivar  a leitura de  texto literário;
ü mobilizar mecanismo de inferência para o preparo para produção textual.
Sondagem inicial pelo professor com o aluno:
O aluno deve possuir habilidades básicas de leitura e escrita e ter noção dos elementos e estrutura de textos narrativos.
Tempo previsto, aproximadamente, para execução da situação de aprendizagem:
4aulas
Sequências de atividades:
ETAPA I:
Solicite que os alunos façam o levantamento de hipóteses sobre o tema “ AMOR” e justifiquem essas hipóteses levantadas. Utilize as imagens abaixo









Após o levantamento de hipóteses feitas pelos alunos com auxilio do professor, diga que a aula tratará de narrativas literárias cuja temática principal é o AMOR.
-Professor, fale um pouco da vida do autor, em que momento escreveu a obra e etc.
- Providencie, preferencialmente, o livro com o texto “Meu primeiro beijo”Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6. ou uma cópia do texto para os alunos
- Peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa do texto e depois faça a leituracompartilhada com os alunos.
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi (Onde foi?)num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem?(com quem você acha que foi?) com o Cultura Inútil! Pode? (quem será o Cultura Inútil e por que o estranhamento?) Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... ( assim como?)
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta ( Quem é Culta? tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos( o que estaria escrito nesse bilhete?):
" Você é a glicose do meu metabolismo. ( o que ele quis dizer com essa expressão?)
Te amo muito!
Paracelso" ( Paracelso era o Culta ou outro menino?)
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte ( O que será que aconteceu?), depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo ( qual foi o assunto desse papo?) :
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação (Põe em ação o quê?) 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta (gasta o quê?), na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante (Por que ela usou esse termo para se referir ao menino?) aproximou o rosto do meu e( o que aconteceu?), tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse (o quê?)que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso (o quê?)aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então (aconteceu o quê?) nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegadono ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei (Aonde?) em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados(quanto tempo essa paixão teria durado?) por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
- Faça, oralmente, as seguintes perguntas aos alunos:
§ Quais as impressões que os alunos têm do texto?
§ Qual o tema tratado no texto?
§ Qual é o possívelpúblico- alvo desse texto? Explique.
- Propicie um pequeno debate.
Exploração:(entregue aos alunos uma cópia das atividades propostas abaixo).
1. A protagonista da história lida é uma adolescente, Larissa, que no trecho lido conta um momento importante de sua vida.

a) Que momento é esse?
b) Ondee quandoaconteceu?
c) Com quem ela viveu essa experiência?
d) O texto é escrito em primeira ou terceira pessoa? 
Justifique com trechos do texto.
e) Qual o efeito causado por essa escolha do ponto de vista?
- Professor: na última pergunta, espera-se que o aluno perceba que, ao contar uma história em primeira pessoa, o autor consegue exprimir mais veracidade e mais emoção.
ETAPA II:
- Destaque com os alunos os elementos da narrativa.
- Apresente para os alunos as seguintes teorias.
“A narração é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens a atuar e um narrador que relata a ação. O tempo e o ambiente (ou cenário) são outros elementos importantes na estrutura da narração. O enredo, ou trama, ou intriga, é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa; podemos ter um conflito entre o homem e o meio natural (como ocorre em alguns romances modernistas), entre o homem e o meio social, até chegarmos a narrativas que colocam o homem contra si próprio (como ocorre em romances introspectivos).”
Fonte: http://lportuguesa.malha.net/content/view/42/1/
- Relembre o texto lido (Meu Primeiro Beijo, de Antonio Barreto) e peça que os alunos, oralmente, indiquem o enredo do trecho, destacando o conflito apresentado.
- Apresente então outra parte da teoria.
“Os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo, são as personagens. Em geral a personagem bem construída representa uma individualidade, apresentando, inclusive, traços psicológicos distintos. Há personagens que não representam individualidades, mas sim tipos humanos, identificados antes pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. E há também personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes tocando o ridículo); nesses casos, muito comuns em novelas de televisão, por exemplo, temos personagens caricaturais.”
“O ambiente é o espaço por onde circulam personagens e se desenrola o enredo.”
Fonte: http://lportuguesa.malha.net/content/view/42/1/
- Professor: peça que os alunos pontuem, oralmente, tais elementos apresentados no texto lido. Para isso faça perguntas como:
§ Quais os personagens envolvidos no texto lido Meu Primeiro Beijo ?
§ No texto, há personagens secundários?
§ Pontue alguns traços psicológicos notados nos personagens.
§ Em que espaço ocorre os acontecimentos?
§ O tempo da narrativa é apresentado de forma cronológica ou não? A trama cobre um período longo ou curto de tempo?
- Peça sempre que os alunos justifiquem suas respostas. Quando for pertinente, solicite-lhes que destaquem trechos do texto que ilustrem as respostas dadas.
 Trabalho com o material + língua Portuguesa Volume 3, (ficha individual 4 – Comparando textos: texto narrativo):  
- Distribua o livro para os alunos e sugira uma leitura dialogada com os alunos do texto “O Príncipe desencantado” - de Flávio de Souza - proponha as seguintes perguntas que poderão ser realizadas oralmente ou por escrito:
§ O que há em comum entre o texto “O príncipe desencantado” e o texto lido Meu Primeiro Beijo? (Espera-se que os alunos percebam a semelhança na temática dos dois textos – amor, relacionamentos)
§ Podemos dizer que o texto lido “O príncipe desencantado”é uma narrativa? Por quê?
§ Quais os personagens apresentados no texto?
§ O narrador é personagem ou observador? Justifique sua resposta.
§ Os acontecimentos narrados acontecem de forma mais ou menos rápida? A ordem é cronológica ou não? Cobrem um período longo ou curto de tempo?
§ A história se passa em um espaço delimitado? Destaque do texto trechos que se referem ao espaço.
§ Que fato deu origem à narrativa?
§ A seu ver, a visão do amor aqui apresentada é a mesma do texto anterior? Justifique.
ETAPA III:
 Um texto narrativo deve responder a algumas perguntas básicas:
1. O texto que você acabou de ler é do tipo narrativo. Assim sendo, destaque  os elementos pontuados acima:
•O quê?
•Quem?
•Como?
•Onde?
•Quando?
•Por quê?



Recursos Complementares
Para mais informações, acesse:
§ http://educacao.uol.com.br/portugues/narrativa-literaria.jhtm
§ http://www.radames.manosso.nom.br/retorica/notlit.htm
§ http://blogs.abril.com.br/singrandohorizontes/2008/09/que-narracao.html
ETAPA IV-Avaliação:

Professor: a avaliação deve ser feita no cotidiano das aulas, com a correção dos exercícios, participação dos alunos e a observação da fixação dos conteúdos.
Outra atividade avaliativa é a produção de um texto narrativo, conforme proposta a seguir:
•Após estudos dos textos narrativos com a temática dos relacionamentos pessoais, os alunos vão produzir uma narrativa sobre o mesmo tema: relacionamento, amor, paixão. Para isso, pense em todos os elementos da narrativa estudados (enredo, personagens, tempo, espaço, exposição, desenvolvimento, desfecho) e mãos à obra. Professor: realize uma exposição com os textos dos alunos, proponhaautoavaliação e a reescrita dos textos de acordo com as orientações fornecidas.

Colaboradores: Lia, Lúcia, Júlio, Isabel e Jacob (G4)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Indicação de Leitura


Recomendo a todos o livro 'Texto, crítica e escritura' de Leyla Perrone-Moisés. Publicado em 1975, trata-se do trabalho de pós-doutorado da autora, que apresenta em prosa clara e objetiva as teses críticas que fervilhavam na academia naquele período. Não é uma obra datada, visto que muitos dos dilemas tratados ali ainda hoje são debatidos pelos amantes da crítica e da literatura.
(Martins Fontes, 213 pgs, 48 reais)




Por Júlio Kengo Watanabe 

Vídeo: O que acontece quando lemos?



Experiências de leitura e escrita



Ouvindo algumas entrevistas feitas pelo jornalista Gilberto Dimenstein com músicos e escritores sobre suas experiências com leitura e escrita me fizeram rememorar os meus primeiros anos escolares.  Lembro-me que tinha que ler uma série de livros: A ilha perdida, O cachorrinho Samba na fazenda, Samba na Floresta, só não sambava na minha mente, pois, na sequência vinha uma prova de “arrepiar o cabelo”, perdia-se todo o encanto literário...
Na minha adolescência não gostava de ler, mas gostava de escrever em diários, onde contava toda a minha vida, as minhas aventuras, os meus paqueras e costumava colar papéis de balas, bombons que ganhava dos amigos: “coisas de meninas românticas”.
 No Ensino Médio tive um professor de literatura que mudou a minha concepção de leitura e aumentou minha gana pelo conhecimento, sua aula era mágica ele lia as obras literárias e as encenava, parecia que estávamos num espetáculo literário. Então, a partir disso comecei a ler mais e fui fazer Faculdade de Letras. Esse “encantamento literário” e escritor continua aceso dentro de mim e na tentativa de contagiar mais e mais pessoas. Li em alguma parte, não me recordo aonde que “encantamento literário desconhece portas, já que está sempre com as janelas abertas para novas Intromissões”.

Por Lia Ines Farias Abarza.



Experiências de leitura e escrita


Com toda a certeza a família faz a diferença! Recordo-me que minha mãe organizava toda sexta- feira, um momento no qual lia histórias, organizava a sala com muitas almofadas no chão e a cortina servia para fazermos de cabana e lá ela lia historias de aventura, de terror, de princesas e etc. Era muito bom!
Recordo-me que quando tinha 8 anos ganhei do meu pai uma coleção de livros  infanto – juvenis e andava com a coleção para tudo quando era lugar, mas confesso que apeguei-me a leitura só mais velha.


Lia Ines Farias Abarza

ESCOLA: MICROSSOCIEDADE DE LEITORES


Quando tratamos de leitura, vale destacar o que diz Lerner (2001) em seus estudos:
Em nossas sociedades, ainda que não fisicamente, existem comunidades de leitores. Cada um de nós pertence a várias delas, de um jornal diário, de um determinado autor etc. Nessas comunidades, há questões que são práticas sociais e não só de cada um. É o que chamamos de comportamentos leitores: comentar livros, discutir o sentido de um trecho, interpretá-lo, indicar textos que são importantes para nós, consumir resenhas e informações sobre literatura.
Devemos entender a escola como uma microssociedade de leitores, fazer da escola um espaço em que realmente as práticas de leituras se efetivem, afinal, ler é adentrar em outros mundos possíveis.

Por Jacob Elias Mâncio.

Experiências de leitura e escrita

A leitura apresentou-se para mim, antes da decodificação da base alfabética. O folhear das páginas dos livros, revistas e gibis era uma ação prazerosa, tanto para meus dedos como para meus olhos. Minha visão se enchia de histórias, de cenas e movimentos e eu tentava traduzir o pensamento das figuras, dos desenhos, das personagens, o que falavam, enfim que histórias narravam. Os livros, as revistas e os gibis eram objetos de meus irmãos, cinco irmãos mais velhos que eu e todos homens. Livros, revistas e gibis eram tesouros que só não eram mais e também, não eram menos que o rádio. Ah, o velho rádio zilomag, música, futebol  e novelas vespertinas, tão apreciadas pela minha mãe. Tão apreciadas que, explicam a origem de meu nome, Isabel Cristina, a heroína de "O direito de nascer". Bem, eu cresci e fui para escola e a TV chegou para nós, mas o prazer pela leitura continuou. Agora mais do que nunca, porque agora eu sabia ler. E sabendo ler, me apaixonei tal como Clarice, em paixão clandestina, em especial pelo romance policial de Agatha Christie. Aos treze anos já havia lido todas as suas obras traduzidas aqui no Brasil. Também fui apresentada a literatura proibida, e conheci Eça de Queiroz, Adelaide Carraro e Cassandra Rios. Bem, ainda hoje leio, porém bem menos.



Por Isabel Cristina Alves dos Santos Naressi.